1. |
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Sem querer, disse uma frase solta
Parece que fala por si só
Sem querer dizer nada em concreto
Como um lagarto ela deita-se ao meu lado
e com afeto alicia-me as ideias
mostrando aquilo que eu posso fazer
sem ver
tudo parece um deserto
mas essa frase solta, acorda, desperta de um sono leve
Como uma fera aparece a qualquer hora
não desespera por ficar em casa
mas quando sai ela só quer
dançar, hipnotizar, continuar
sem dar o real sentido
porque as palavras também dançam
misturam-se em ritmos suaves
enredam-se num balanço
descanso por fim
sobre essa frase solta
É na sorte que eu encontro e conto os dias que passam
só quando essa sorte solta eu volto aos dias que escapam
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2. |
Desencontros
04:06
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Já não sei quem fui
quem sou
quem me deu a mão
pelos desencontros confusão
esperamos mais um dia
pelo desmentir
do ego
que não tem em conta
todas as promessas desmedidas
passeiam pela rua
Mas já larguei,
já perdi toda a coragem forte
foi sorte
Já perdi o medo
foi cedo
que me acostumei
todas as vontades destemidas
afinal estão vivas
Engoli a mágoa
que sente toda a incerteza
sem ela não posso avançar
apenas aceitar
"Encostas a face à melancolia e nem sequer ouves o rouxinol,
ou é a cotovia?
Suportas mal o ar, dividido entre a fidelidade que deves à terra de tua mãe e ao quase branco azul, onde a ave se perde.
A música, chamemos-lhe assim,
foi sempre a tua ferida,
Mas também foi sobre as dunas a exaltação.
Não ouças o rouxinol, ou a cotovia,
é dentro de ti que toda a música é ave.", by Eugénio de Andrade
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3. |
Canção sem letra
03:43
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Tenho fome e sede quero consumir
eu quero calma para poder repetir
Uma só não chega quero mais duas ou três
mais e mais um pouco menos sem te ver
Quero um beijo com desejo quero tudo ou quase nada
se compara ou teu sorriso
que derrota a apatia que trago sempre comigo
Por favor dá-me sossego se não sentes a viagem
que faz voar e não ver o fim
do teu estado preocupado carregado
pela espera que o tempo nos obriga
a gostar sempre da mesma cantiga
Quero mais um trago desse teu sumo de fruta
suculento, rabugento ,barulhento
Vou encher o prato pela trigésima vez
enfartar-me todo de inércia
Quero um gesto carinhoso quero tudo ou quase nada
se compara ao teu trejeito que me deixa rarefeito
sem eira nem beira
Por favor dá-me sossego se não sentes a viagem
que faz voar e não ver o fim
do teu estado preocupado carregado
pela espera que o tempo nos obriga
a gostar sempre da mesma cantiga
Porém amor não te esqueças de sentir o que essa canção te dá
ela é mágica
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4. |
Sem saber
03:50
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A gente caminha sem pensar
a gente pensa sem acreditar
a gente acredita no ouvido curto
ouvindo o que diz o mudo
Por ter de permanecer de pé
a gente fica sem saber quem é
A gente quer um sorriso no futuro
a gente sorri no quarto escuro
a gente escurece a casa inteira
não se inteirando da asneira
Por disfuncionalidades de ambição
ficam todos sem saber quem são
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Aníbal Zola Porto, Portugal
Aníbal Zola is the pseudonym for José Aníbal Beirão, musician from Porto, Portugal that tries to blend double bass jazz skills with singer / songwriter sensibility. It´s a project based on double bass and voice. The compositions try to mix South American music with Portuguese musical elements, such as fado or folklore music. ... more
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